Um estudo brasileiro publicado pela revista britânica The Lancet, uma das publicações cientificas mais importantes do mundo, revela mais um benefício da amamentação: aumento na inteligência na fase adulta. Pesquisadores da Universidade de Pelotas (RS) acompanharam 3,5 mil recém-nascidos durante mais 30 anos. Segundo a publicação, uma criança amamentada por pelo menos um ano obteve, aos trinta anos, quatro pontos a mais de QI e acréscimo de R$ 349 na renda média.
Outra questão inédita do estudo é mostrar que, no Brasil, os níveis de amamentação estão distribuídos de forma homogênea entre diferentes classes sociais, não sendo mais frequente entre mulheres com maior renda e escolaridade.
Veja estudo completo no link: http://www.thelancet.com/journals/langlo/article/PIIS2214-109X(15)70002-1/fulltext
E, para ajudar a mulher a esclarecer várias dúvidas sobre amamentação e, assim, se sentir mais segura para oferecer esse bem tão precioso para o seu bebê por um período superior a 12 meses, o especialista em ginecologia e obstetrícia pelo Hospital das Clínicas de Medicina da USP, Achilles Cruz, responde alguns mitos e verdades mais frequentes.
1. Amamentar é um método anticoncepcional 100% eficaz.
Mito. Algumas mulheres podem voltar a ovular mesmo no período da amamentação quando o ciclo menstrual está bloqueado devido à supressão dos hormônios. O ideal é que ela já comece a adotar algum tipo de método contraceptivo a partir da sexta semana após o parto. Logo no primeiro retorno ao ginecologista, o ideal é que a mãe converse sobre o método mais adequado para evitar uma nova gravidez em pouco tempo. Ele irá orientá-la sobre o uso de camisinha, DIU, implantes ou até mesmo as pílulas de progestagênio, que são as mais indicadas para esse período.
2. A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.
Mito. Neste período, as pílulas mais indicadas são as de progestagênio, hormônio que inibe a ovulação. Livre de estrogênio, este princípio ativo não interfere na qualidade ou no volume do leite, não havendo interferência na alimentação do bebê.
3. Engravidar enquanto está amamentando é benéfico
Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde da mãe.
4. A alimentação da mãe influencia o leite.
Verdade. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta variada e beba bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contraindicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.
5. Estresse influencia a produção de leite.
Verdade. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vasão do leite, é bloqueada. O leite não seca quando se está estressada, mas a sua descida pode ficar prejudicada.
6. Amamentar faz bem para a saúde da mãe e do bebê
Verdade. Os bebês alimentados exclusivamente por leite materno até os seis meses de idade ficam mais protegidos contra inflamações, otites e diarreias. Segundo o Ministério da Saúde, as chances de a mãe desenvolver câncer de mama diminuem em 5% a cada 12 meses de aleitamento.