Eu fico me perguntando até quando? Quantas mães e quantos bebês, ainda precisarão morrer para essa situação mudar? Falta informação, falta infraestrutura e o mais importante, falta HUMANIZAÇÃO da equipe médica. O profissional tem que estar comprometido com a vida, ter amor no que faz e ter respeito pelo ser humano. Se não for assim, não há infraestrutura que resolva.
E também cabe a nós deixar de lado o conformismo, e buscar mudanças. Violencia obstétrica também é violência contra a mulher, e o preço é muito caro. Você sabe o que é violência obstétrica?
"Violência Obstétrica não acontece apenas nas instituições do SUS. Acontece em instituições particulares, de luxo. Acontece em cada cesárea desnecessária, acontece cada vez que uma mulher é impedida de se alimentar ou se hidratar durante o trabalho de parto. Acontece cada vez que uma mulher é submetida a procedimentos dolorosos, rotineiros sem que a individualidade do seu parto e do seu corpo sejam levadas em consideração. Acontece cada vez que uma mulher é obrigada a deitar para dar a luz, cada vez que uma mulher tem sua barriga empurrada, seu períneo cortado. Cada vez que uma mulher é obrigada a calar o grito. Cada vez que uma mulher é separada de seu bebê." Fonte Mulheres empoderadas
Caso queria saber mais sobre seus direitos esse Link poderá ajudar. Também já falei sobre esse assunto aqui no blog, ajudando em uma pequisa, para ler é só clicar Aqui.
Adolescente de 18 anos chegou a óbito depois de tentativa de parto normal.
A família da jovem Ana Carolina Carvalho Santiago, de 18 anos, que estava grávida de nove meses e morreu na última quarta-feira (25) após dar entrada no Hospital e Maternidade Modelo de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, cobra justiça das autoridades. O bebê também faleceu ainda no útero.
Ana Carolina Carvalho Santiago deu entrada no Hospital e Maternidade Modelo de Ananindeua, na Cidade Nova 3, às 16h da última terça-feira (24), pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao ser examinada pela médica ginecologista Vânia Lúcia Monteiro, a paciente estava com 3 cm de dilatação e esperava as contrações para o parto normal.
Por volta de 21h, quando as contrações já estavam fortes, Ana Carolina foi encaminhada para o bloco cirúrgico. O pai do bebê, Luiz Carlos Moraes, e namorado de Ana Carolina acompanhou o parto. Segundo a tia da vítima, o pai relatou maus tratos nos procedimentos para a realização do parto normal.
"Foi um sofrimento psicológico. Ele disse que a médica chamava a minha sobrinha de frouxa, que ela estava fazendo manha e não queria fazer força para ter o bebê. A médica disse até pra ele subir na barriga dela", diz Lena.
O parto começou a ficar complicado por volta das 2h da madrugada do dia 25, quando a médica decidiu transferir Ana Carolina para a Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, para que ela fosse submetida a uma cesariana. De acordo com a tia da vítima, não havia anestesista no hospital Modelo nem ambulância para transportar a paciente.
"A minha sobrinha foi levada no carro particular do marido da enfermeira. Ela foi sentada. Quando chegaram na Santa Casa ela já estava muito debilitada e foi feita a cirurgia, mas o bebê já estava morto por asfixia e ela já tinha perdido muito sangue. Ela foi encaminhada para a UTI, mas não resistiu", conta a tia.
Ana Carolina faleceu às 10h45 do dia 25, por choque hemorrágico, histerectomia por laceração uterina e cesariana por óbito fetal intra-uterino, de acordo com o atestado de óbito do hospital.
Texto na integra no G1.
Eu estou chocada como tudo isso é tratado com tanta normalidade aqui no Brasil, tento fazer o possivel para mudar situações como essa. E você?
Imagens: Feminismo na Rede