Hoje temos convidados super especiais, eu particularmente adorooo... É a Brenda e o Miguel do blog Eu sou a melhor mãe que posso ser!! Ela se tornou uma amiga muito querida, e tem uma família linda de viver!
Obrigada por dividir sua historia conosco Brenda, tenho certeza que vai ajudar muitas pessoas que estão passando por um momento tão delicado como o que vocês passaram.
Me acompanha em mais essa historia?
Pode demorar.. mas a vitória sempre chega!
Após um momento difícil que passei, meu marido (que na época era namorado) e eu decidimos engravidar. Um bebê sempre é uma benção e precisávamos disso na nossa vida: uma vida nova, alegria e ESPERANÇA! Logo ficamos desanimados quando o médico disse que levaríamos de 1 a 2 anos para engravidarmos. Mas tudo bem, vamos tentar. Qual não foi nossa surpresa quando descobrimos que eu estava grávida logo no primeiro mês de tentativa. Que felicidade!! Já saí e comprei livros, revistas, pensei em decoração do quarto, nomes e enxoval!
Contamos a notícia para todo mundo! Fui para a consulta ME SENTINDO! O médico me deu um livro sobre gestação e o cartão de pré-natal. Eu fiquei pensando: “Ai, que delícia. Imagina que chique: ‘Brenda, vamos sair?’ , ‘Ai, não dá! Tenho consulta de pré-natal hoje!’.”
Faltava uma semana para nos casarmos, aquela correria toda, altos preparativos. Numa bela manhã, acordei e fui ao banheiro e vi que estava com sangramento. Corremos para o hospital e não deu nada. O sangramento continuou e na mesma tarde fui ao consultório ver meu médico. Ele fez o ultrassom e disse: “Olha.. não tem batimento cardíaco, tá vendo?”. Fiz que sim com a cabeça e engoli seco. “Isso quer dizer que você perdeu o bebê..”. Olhei pro meu marido e ninguém disse nada. O médico disse que sentia muito, eu chorei demais e na mesma noite, fizemos uma curetagem e pronto. Quando estava a caminho do hospital, senti Deus falando comigo: “Não fica preocupada. Eu estou com você. Estou bem aqui.” O que pensei que seria desesperador para mim, foi até tranquilo. O duro era explicar para cada um que eu tinha perdido o bebê. Pensei em desistir do casamento mas tava muito em cima da hora e não desistimos. Outra parte difícil, onde os convidados chegavam: “Parabéns, que Deus abençoe o casamento de vocês e esse bebê lindo!” e faziam carinho na barriga e eu dava um sorriso amarelo, agradecia e saía.
Tudo bem. Bola pra frente, né? Mais uma bateria de exames, mudamos de médico e tentamos mais uma vez. Após 6 meses, na 1ª tentativa um negativo (que me fez chorar) e na 2ª tentativa: POSITIVO!!! Que delícia!!! Contamos para todo mundo de novo. E mais livros, mais nomes de novo! Marcamos um ultrassom e no dia do exame, o médico me perguntou se eu tinha feito algum tratamento pra fertilidade. Eu disse que tomei remédio para ovular só, aí ele: “É.. porque tem dois bebês aqui! São gêmeos idênticos.” Meu queixo caiu. Olhei super feliz para o meu marido tipo: “ACREDITA?!” e foi aí que notei sua expressão séria olhando pro médico. Quando olhei pro médico, vi que ele também estava sério, com uma cara de interessado e disse: “Mas que curioso.. tem uma vesícula vitelínica para os dois bebês. Tinha que ter duas e era pra eu estar ouvindo os batimentos cardíacos já.. Bom, Brenda.. eles disputam nutrientes já que só tem uma vesícula para os 2. Ou um sobrevive e outro não... ou você já perdeu os bebês. Vamos esperar mais uma semana, em uma semana eles evoluem muito rápido. Às vezes não dá pra ouvir o batimento cardíaco porque eles estão muito pequenos pro tamanho gestacional, é normal porque são gêmeos. Volta semana que vem.” Nosso mundo caiu. A gente não podia acreditar. Coloquei no meu coração que Deus sabia o que ia acontecer e tentei ao máximo não me preocupar. Assim que pisamos em casa, fiz uma cara pro meu marido de: “Que pena, né?” e ele encostou na parede e foi escorregando até o chão, chorando, se perguntando por que isso tinha que acontecer com a gente DE NOVO. Meu coração despedaçou ao ver aquela cena. Mesmo assim, pensei em 2 nomes pra meninas e 2 nomes pra meninos. Pensei comigo: “Se Jesus ressuscitou em 3 dias.. imagine o que pode acontecer em uma semana.” Voltamos e infelizmente nós tínhamos perdido os bebês. Esperamos 6 meses, tentamos de novo e mais um positivo!! Mais livros, revistas e nomes! Passei a gravidez INTEIRA com medo de perder. Inteira. Meu marido, vendo toda minha preocupação, disse: “Amor, fica tranquila. Assim que eu peguei o exame, Deus falou comigo. Ele disse que é Ele quem está fazendo o bebê. Pra eu não me preocupar.” Isso me acalmava. Sempre que eu ficava preocupada de novo, procurava pensar nisso.
Os meses passaram VOANDO e chegou o dia do nascimento!! O medo foi embora? NÃO!!! O medo ficou até eu pegar todos os resultados do teste do pezinho, orelhinha e olhinho. Depois que tudo deu OK, eu respirei fundo, arregacei as mangas e comecei a viver a maternidade de maneira plena. Não foi da noite pro dia, foi no dia a dia.
Você pode se frustrar, chorar, se revoltar se perguntando: “POR QUE EU, MEU DEUS????” mas saiba que no final, VAI VALER A PENA. Sempre vale. Nada paga um sorriso sincero de um bebê. Nada contagia mais do que uma gargalhada de um bebê. Nada é melhor do que ter um filho. NADA. Hoje, meu milagre, minha vitória..tem nome. Chama-se MIGUEL, tem 7 meses, 2 dentes e o sorriso mais lindo que eu já vi!!! Meu sonho foi realizado (é realizado a cada dia, a cada coisa nova que eu descubro com ele) e eu torço, do fundo do meu coração, que a dor se amenize no coração das mães que um dia já perderam um bebê (sei como é difícil, é uma dor que não cicatriz, vez ou outra dói) e que todos os seus sonhos se realizam.
Quero agradecer a Aline pela oportunidade que me deu de poder compartilhar minha história e espero que todos que estejam passando por alguma dificuldade, tenham em mente uma frase do livro O Pequeno Príncipe, que diz: “É preciso que eu suporte duas o três larvas se eu quiser conhecer as borboletas.”
Grande beijo e fiquem com Deus!